O 34º DE Serra da Mantiqueira e o 38º DE Rio Paraíba do Sul em conjunto realizaram uma grande coleta de material para os desabrigados do Rio de Janeiro entre os dias 17 e 21/01.
Concentramos todas as doações no Tiro de Guerra em Cruzeiro onde fica a sede do 307º GE Pico do Itaguaré.
Conseguimos mais de 6 toneladas de material. Destes, 5 foram levados para os desabrigados da Região Serrana do Rio de Janeiro e o restante está aguardando para ser entregue no Sul de Minas.
Formamos um grupo de escotistas para atuar diretamente junto aos desabrigados. Nosso grupo estava composto em princípio com um psicólogo e chefes com conhecimento técnico em trilhas e pioneirias. Ficamos na região Serrana do dia 22 a 25/01.
Saímos de Cruzeiro com uma caminhão carregado, duas Rangers carregadas e mais um carro com medicamentos. Levamos em sua maioria água, alimentos, medicamentos e rações para cães e gatos.
Deixamos os medicamentos em Teresópolis, no Centro de Coleta da Cruz Vermelha e depois partimos para São José do Vale do Rio Preto com o restante do material e com mais um médico voluntário compondo nossa equipe. Tivemos também o apoio de três escotistas de Duque de Caxias - RJ. Desta forma nossa equipe contou com 1 médico, 1 psicólogo e 8 escotistas e uma voluntária.
Chegamos em São José do Vale do Rio Preto com os donativos e fomos recebidos pelo Comandante dos Bombeiros e responsável pela coordenação de resgate e acolhimento das vítimas. O mesmo recusou nossos donativos dizendo que a cidade não precisava mais, pois tudo estava sob controle. Desta forma, partimos para a cidade de Itaipava, onde um amigo escoteiro era piloto de um dos helicópteros da Aeronáutica e nos informou sobre a necessidade local. Chegando em Itaipava fomos ao centro de coleta e fomos encaminhados para a Paróquia de Nogueira, onde fomos recebidos pelo Padre Fabiano Cunha Motta que nos cedeu as dependências para nossa hospedagem (acomodação, banho e cozinha).
Conseguimos autorização da Prefeitura de Petrópolis para nossa entrada no Bairro de Cuiabá, onde ocorreu a maior tragédia, e com acesso restrito somente para equipes de resgate e Cruz Vermelha. Na comunidade do Sagrado Coração de Jesus fomos recebidos pelo grupo de desabrigados e demos início ao nosso trabalho. Ensinamos os jovens a construirem Latrinas a pedido do líder comunitário que relatou que os banheiros estavam muito sujos. Os jovens da comunidade aprenderam bem como construir e a juíza do Município se prontificou a levar estes jovens a outros abrigos para que eles transmitam o conhecimento.
Fizemos um atendimento a um cão abandonado da raça Husky que estava com infecção e vermes. Conseguimos contato com uma veterinária na cidade e levamos o animal que ficou internado. No dia seguinte voltamos à clínica veterinária e ela disse que o cão ficaria bom e também conseguimos um abrigo para ele. Os sacos de ração animal foram entregues aos vários órgãos responsáveis pela proteção e cuidados com cães e gatos perdidos, abandonados e feridos.
Juntamente com o Dr. Christiano Alvernaz eu, Juliano Rodrigues Lourenço (psicólogo), realizei atendimento aos desabrigados. Enquanto o médico prescrevia medicação e realizava exames clínicos e pequenos procedimentos, eu realizei o trabalho de escuta terapêutica e encaminhamento dos moradores ao CRAS (Centro de Referencia de Assistência Social) e ao cadastramento para a doação de casas.
Fizemos uma busca por toda área do desastre e registramos os locais onde haviam outros grupos, oferecemos apoio e material que eles necessitavam.
Foram dadas entrevistas sobre o nosso trabalho e as condições em que encontramos as cidades e população para "Cáritas Brasileira", juntamente com seu diretor nacional, para a "TV Cruzeiro", "CBN".
Agradecemos a todos os grupos Escoteiros envolvidos (S.O. Palmeira, Guaypacaré, Chefe Gugu, Pico do Itaguaré), À prefeitura de Cruzeiro que nos cedeu o caminhão e gasolina, aos irmãos do 47º Grupo Escoteiro Tiradentes - Duque de Caxias - RJ e demais voluntários que nos ajudaram. Especial agradecimento ao Pe. Fabiano Cunha Motta, da Paróquia de Nogueira, que nos abrigou nas dependências da creche paroquial, ao Pe. Rogério Dias da Silva, da Paróquia N.Sra. de Fátima, que nos indicou os locais em que nossa ajuda era mais necessária.
Observamos sermos os únicos escoteiros a atuar naquela região durante esses dias e fomos muito bem recebidos por todos e todos nos reconheciam como tais e a população e também o poder público nos pediam ajuda e orientação, tratando-nos com respeito e cordialidade.
Em nossa última noite na cidade de Itaipava, enquanto fazíamos a avaliação sobre nosso trabalho, detectamos as demonstrações do método, projeto e leis escoteiras durante nossas ações junto aos desabrigados e aos animais abandonados nas atitudes dos dois voluntários em nossa equipe, Dr. Christiano Alvenaz e Senhora Mirelle Agostini Medrano Giudo. Por pedido deles realizamos a promessa escoteira ganhando assim mais dois compromissados com nossos ideais.
